Um levantamento chamado Agenda para a Universalização, da Associação e Sindicato Nacional das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (Abcon Sindcon) aponta que 62% da população paraibana não é atendida com coleta e tratamento de esgoto. Cerca de 2,4 milhões de pessoas vivem sem esse serviço básico. Outras 666 mil não possuem acesso à água de qualidade.
O estudo calcula que, para tirar a Paraíba do atraso em relação ao saneamento, seria preciso investir R$ 23,7 bilhões nos próximos dez anos, sendo R$ 6,3 bilhões já no próximo governo (2023-2026).
A agenda utiliza dados de levantamento próprio e em parceria com a KPMG, além de informações do SNIS – Serviço Nacional de Informações sobre Saneamento e IBGE.
“Para efetivar esse desafiador objetivo, é preciso usar toda capacidade da sociedade, com incentivos para que governos, parlamentos, judiciário, órgãos de controle, sociedade civil, empresas, academia e cidadãos possam colaborar para o alcance das metas. É primordial a promoção de todas as formas de parcerias entre o setor público e empresas privadas previstas em lei, comprovadamente capazes de acelerar investimentos em produção e distribuição de água, coleta e tratamento de esgoto, destinação de resíduos, o que garante direitos fundamentais previstos na Constituição, como a saúde e a dignidade humana”, afirma o diretor executivo da Abcon Sindcon, Percy Soares Neto.
A Abcon Sindcon defende que o segmento privado tenha mais destaque na universalização do saneamento básico. Segundo a entidade, a estimativa é de geração de 1,5 milhão de postos de trabalho em todo o país com obras necessárias à universalização, além de benefícios como a redução das internações por doenças relacionadas ao saneamento inadequado, a melhoria de índices educacionais nas regiões beneficiadas, o aumento da arrecadação por valorização imobiliária, a ampliação do turismo e a redução da poluição, entre outros.