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Estudo aponta que Economia do Nordeste vai crescer mais este ano e nos próximos
29/08/2023 / 20:40
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O Nordeste é a região que vai apresentar um crescimento médio da economia ligeiramente maior em 2023 e nos próximos anos até 2032, segundo previsões que fazem parte do estudo Cenários Regionais de Atividade Econômica 2023-2032, de autoria da Tendências Consultoria. O bom desempenho da região está relacionado ao bom desempenho em setores como agropecuária, indústria, turismo e a a retomada da produção de alumínio no Maranhão, que estava paralisada desde 2015.

Ainda de acordo com o estudo, o Brasil vai crescer, em média, 1,9% este ano.  Por regiões, o aumento do Produto Interno Bruto (PIB) será o seguinte: Nordeste (2,4%), Norte (2,1%), Centro-Oeste (2,3%), Sudeste (1,7%) e Sul (2,2%).

E o ligeiro crescimento da economia do Nordeste se mantém também nas previsões médias anuais que o estudo faz para o período entre 2024 e 2032, que são os seguintes: Brasil (2,0%), Nordeste (2,7%), Norte (2,5%), Centro-Oeste (2,5%), Sudeste (1,8%) e Sul (1,6%).

No estudo, um dos fatores que vai puxar este crescimento são pelo menos 10 grandes investimentos que vão ocorrer até 2026, sendo que quatro estão no Ceará – um deles é uma refinaria da Noxis Energy -; três na Bahia – incluindo aí a implantação da montadora chinesa BYD – e três em Pernambuco, que são de indústrias já instaladas no Estado: Vivix, Heineken e Grupo Moura.

Ainda de acordo com o levantamento, também vai contribuir para este cenário de crescimento os avanços regulatórios que vão ocorrer na exploração de gás natural e petróleo, energia eólica, concessão de aeroportos, a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) – localizada na Bahia-, distribuidoras de energia elétrica e companhias de saneamento. Quando o estudo foi concluído, ainda não tinha sido lançado a terceira edição do Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), que prevê muitos investimentos em todas as regiões do Brasil.

Paulo Guimarães
O economista Paulo Guimarães diz que há uma tendência dos locais menos desenvolvidos, como o Nordeste apresentar um crescimento maior. Foto: Divulgação Ceplan

Tendência de crescimento no Nordeste

“A tendência é o Nordeste crescer mais, porque é uma região menos desenvolvida e tende a receber mais investimentos em infraestrutura”, resume o economista sócio-diretor da Ceplan Consultoria, Paulo Guimarães.

Na história recente do Brasil, o Nordeste apresentou índices de crescimento maiores do que o do País e demais regiões. No entanto, não houve redução das desigualdades. E alguns números mostram isso claramente: no Nordeste são produzidos 14% do PIB do País, mas a região possui 32% da população do Brasil. O PIB per capita da região é a metade do PIB per capita do Brasil.

Segundo Paulo, a diferença da desigualdade e da renda per capita só vai diminuir, se o Nordeste crescer duas vezes mais que o Sudeste. “O estudo citado acima considera que o crescimento do investimento vai ser baixo. É conservador nas projeções. Atualmente, temos um governo desenvolvimentista. Essa taxa de crescimento tende a aumentar, porque vão ocorrer mais investimentos”, comenta, citando alguns investimentos que devem ocorrer como concessão de aeroportos, empreendimentos na área de gás natural e energia.

Ele argumenta também que para reduzir as desigualdades, “é necessário uma política de desenvolvimento regional e uma política industrial que inclua o Nordeste, como a indústria que vai se desenvolver a partir do hidrogênio verde. O hidrogênio só é verde se for produzido a partir da energia renovável, como a éolica ou a solar, que o Nordeste pode gerar em abundância.

Projetos que vão alavancar a economia

Economista,  consultor e professor da Unit-PE, Werson Kaval, acredita que o Nordeste vai continuar crescendo mais do que as outras regiões por causa da retomada de algumas obras que vão alavancar a economia da região como um todo. “A retomada das obras da Ferrovia Transnordestina é um desses projetos. O terminal de minérios que deve se instalar em Suape também. A melhoria da logística pode trazer mais olhares empresariais para o Nordeste”, comenta.

Ele também argumenta que o foco no social da atual gestão federal também pode favorecer o crescimento da economia da região com iniciativas como as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC) lançado no último dia 11, o Minha Casa Minha Vida, os reajustes no pagamento do Bolsa Família. “Isso cria um ambiente favorável para a geração de renda e acaba impactando nos negócios. Num horizonte de quatro anos, essas iniciativas favorecem o crescimento do PIB com investimentos em infraestrutura, esgoto, casa própria, cria um efeito cascata positivo”,comenta. Segundo ele, o governo federal deve ter cuidado para que o seu endividamento não coloque em risco o crescimento que poderá vir das iniciativas já citadas.

F5 com Movimento Econômico