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Marina discute crise hídrica e climática em audiência da ALPB: “Sem a Amazônia perdemos 70% do PIB da América Latina”
22/10/2021 / 15:56
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A ex-ministra do Meio Ambiente, ex-senadora da República e ambientalista Marina Silva, participou nesta sexta-feira (22) de uma audiência pública da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) para discutir o último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). A audiência foi proposta pelo deputado Chió e contou com a participação dos deputados estaduais Buba Germano, Cida Ramos, Jeová Campos e Moacir Rodrigues.

Divulgado em 9 de agosto de 2021, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas mostrou que o Semiárido do Brasil tem sofrido os efeitos mais drásticos que a mudança do clima tem provocado.

ALPB discute efeitos das mudanças climáticas no semiárido – Reprodução

Marina chamou atenção para a urgência na mudança de cultura e comportamento de todos.

“É preciso agir o mais rápido possível e de forma contundente, ou será ainda mais caótico daqui a alguns anos. Há 40 países que podem desaparecer com esse agravamento da crise climática. São países muito vulneráveis, que podem ficar completamente sem água e/ou inundados, afinal, são eventos extremos de grandes estiagens e momentos de muita precipitação de chuvas de forma descontrolada”.

Segundo a ambientalista, é necessário reunir potências mundiais e países emergentes em debates e agendas de ações permanentes.

“O problema atinge principalmente os países mais vulneráveis, mas, cada vez mais, esse descontrole ambiental está impactando a economia e a qualidade de vida da população do mundo todo. Um exemplo desse é a crise hídrica atual, que cria problemas graves de abastecimento e, consequentemente, de empregos e aumento da inflação. Sem a Amazônia, nós perderemos 70% do PIB da América Latina. Quer mais gravidade que isso?”, alertou.

A jovem ativista paraibana Alice Piva, do grupo FFF, participou da audiência e ressaltou que a solução para a crise climática está sendo liderada pelos jovens, mas que é preciso espaço e incentivo para que as ações possam ser planejadas e implantadas.

“Falar sobre a crise climática, realmente, nos assusta. Porque é a maior crise que a humanidade já enfrentou, por causa da sua escala. 99% não conseguirá escapar das consequências dessa crise. Ficar esperando, aguardando pela solução, só vai piorar as coisas. Por isso, cheios de esperança, queremos lutar por um futuro menos sombrio”.

Os participantes da audiência propuseram a realização de um novo debate para discutir o processo de implantação de parques eólicos e fotovoltaicos na Paraíba, além de uma visita técnica aos parques eólicos e solares já existentes para verificar os impactos econômicos e sociais no estado.