Um estudo realizado por pesquisadores da UCSF (Universidade da Califórnia, São Francisco) mostrou que ondas de calor extremo podem causar um aumento no número de visitas hospitalares por crianças devido a crises de asma. Os resultados da pesquisa serão apresentados na Conferência Internacional da American Thoracic Society, que acontece em San Diego, na Califórnia, Estados Unidos, entre os dias 17 e 22 de maio.
Para entender como as altas temperaturas podem impactar no quadro de asma, pesquisadores analisaram dados eletrônicos de saúde dos Hospitais Infantis Benioff da UCSF. Os registros analisados eram de 2017 a 2020 e incluíam dados sobre visitas hospitalares de crianças por asma, além de dados demográficos, incluindo o CEP dos pacientes.
Os pesquisadores também utilizaram dados do PRISM Climate Group da Oregon State University para determinar o tempo máximo diário (ondas de calor diurnas) e tempo mínimo (ondas de calor noturnas) para cada CEP. Eles restringiram suas análises entre junho e setembro, período historicamente mais quente nas regiões do hemisfério norte.
A equipe descobriu que as ondas de calor diurnas estavam significativamente associadas a chances 19% maiores de visitas hospitalares por asma infantil. Além disso, as ondas de calor que duraram mais tempo dobraram as chances de idas ao hospital devido à crise asmática, principalmente durante o dia. Não foram observadas associações entre ondas de calor noturnas e agravo da doença.
“Continuamos a ver o aumento das temperaturas globais devido às alterações climáticas geradas pelo homem, e podemos esperar um aumento nos problemas relacionados com a saúde à medida que observamos ondas de calor mais longas, mais frequentes e mais severas”, afirma Morgan Ye, analista de dados de pesquisa da Divisão de Medicina Pulmonar e Cuidados Críticos, da UCSF, em comunicado à imprensa.
“A nossa investigação sugere que as temperaturas mais elevadas e o aumento da duração destes dias de elevado calor estão associados ao aumento do risco de visitas hospitalares devido à asma. As crianças e as famílias com menor capacidade de adaptação sofrerão a maior parte do fardo. Portanto, é importante obter uma melhor compreensão destes riscos para a saúde associados ao calor e das populações suscetíveis para futura vigilância e intervenções direcionadas”, completa.
Segundo os autores do estudo, pesquisas anteriores já sugeriram associações positivas entre calor e asma, mas esses achados conflitam com os dados sobre hospitalizações e atendimentos de emergência devido à doença em períodos de calor extremo.
F5online com CNN Brasil