A Orquestra Sinfônica da Paraíba apresenta, nesta quinta-feira (20/6), concerto em homenagem ao músico paraibano Sivuca.
O Concerto Sivuca Sinfônico terá a participação dos sanfoneiros Lily Sanfoneira, Helinho Medeiros e Lucas Carvalho, como solistas, e regência do maestro Gustavo de Paco de Gea. A apresentação começa às 20h30, na Sala de Concertos Maestro José Siqueira, no Espaço Cultural, em João Pessoa, com entrada gratuita.
Os músicos da OSPB e os sanfoneiros vão executar sete músicas de Sivuca: Rapsódia Gonzagueana, Aquariana, Choro de Cordel, João e Maria, Concerto Sanfônico para Asa Branca, Quando me Lembro e Feira de Mangaio.
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“Rhapsodia Gonzaguiana é uma sucessão, um conjunto de peças de Luiz Gonzaga orquestradas por Sivuca para sanfona solista e orquestra sinfônica. Pertence a uma série de quatro músicas que ele fez para tocar junto com a orquestra” explicou o maestro.
“Aquariana é uma peça do próprio Sivuca, é uma das últimas que compôs. E eu lembro, que ele me contou na época, que estava fazendo uma música tudo amor, tudo coração, porque é uma homenagem à esposa, Gloria Gadelha. Por isso que a música se chama Aquariana, que é o signo dela”.
O maestro Gustavo de Paco disse que Choro de Cordel é a última música que Sivuca fez para orquestra e sanfona. “Não é um arranjo, é uma música composta totalmente por ele, onde ele faz uma junção de um ritmo de choro muito bonito, tranquilo, lento, com um baião. Ele faz então o choro e depois o ritmo fica mais rápido, passando para um baião, para depois voltar para o choro e acabar lentamente, digamos tranquilamente. Por isso se chama Choro de Cordel, é uma mistura de ritmos”.
Sobre João e Maria, o maestro disse que o próprio Sivuca contou a ele que estava no seu apartamento, no Rio de Janeiro, quando recebeu a visita de Chico Buarque, que perguntou se ele tinha alguma música inacabada. Sivuca então mostrou algumas que tinha em casa. Chico Buarque encontrou João e Maria e fez a letra que todo mundo conhece.
A música número cinco dessa apresentação da OSPB é Concerto Sanfônico para Asa Branca. “Está tudo dito nesse título. A partir da música de Luís Gonzaga, Asa Branca, Sivuca fez um concerto para a sanfona”, explicou.
“A música número seis é uma das que mais gosto desse repertório”, continuou o maestro Paco. “Em Quando Me Lembro, Sivuca fez uma adaptação, arranjo ou orquestração dessa música que já existia, escrita por outro compositor chamado Luperce Miranda, um compositor da década de 1930. É uma seresta e, a partir dela, Sivuca fez a adaptação para a sanfona e a orquestra sinfônica. É uma maravilha, talvez seja mais difícil para a orquestra, para acompanhar a sanfona, porque tem muitos ritmos variados, então tem que ser bem estudado. Eu acho a mais bonita de todas”, ressaltou.
E, por último, fechando o repertório, tem Feira de Mangaio. “Essa é uma versão, é um arranjo da própria música de Sivuca para sanfona e orquestra. Ou seja, Feira de Mangaio foi feita por Glorinha Gadelha e Sivuca, e teve sua estreia em 1978, aquela versão maravilhosa de Clara Nunes cantando e Sivuca acompanhando. Só que depois disso, com vontade de fazer para uma grande orquestra, ele transformou sua própria música num arranjo e uma orquestração de sanfona e orquestra, já não mais com voz. Então nós vamos executar essa versão de Feria do Mangaio, que é uma peça fantástica”, observou.
É musicista, sanfoneira/acordeonista e cantora. Admiradora e estudante do legado cultural deixado por diversos artistas brasileiros, Lily se inspira, principalmente, na música regional para realizar suas apresentações, fortalecendo assim suas raízes nordestinas. Lily lançou, este ano, seu primeiro álbum intitulado “Menina-flor”, que contém canções contando com participações especiais como Santanna O Cantador, Silvério Pessoa, Natália Bellar e outros artistas.
Ela traz a música em sua história de vida desde muito pequena, quando já participava de shows com seu pai, Ely Porto, também músico. Além de sua sanfona, Lily toca ukulelê e diversos instrumentos de percussão.
Iniciou seus estudos ainda criança, e desde muito cedo descobriu e foi envolvido fortemente pelo universo da improvisação. É mestre em Música pela Universidade Federal da Paraíba, onde também atua como professor desde 2012. É sanfoneiro, pianista, produtor e compositor, possuindo um extenso currículo que inclui gravações em mais de 100 títulos, incluindo CDs e DVDs.
Durante sua carreira, tem atuado no cenário artístico brasileiro e internacional, tocando com diversos grupos e artistas, percorrendo Europa, África, Ásia, América Latina e Caribe.
Desde 2013 faz parte da banda do cantor e compositor Chico César, com quem gravou o álbum “Estado de Poesia” (2015), o DVD “Estado de Poesia” (2017) e o álbum “O amor é um ato revolucionário” (2019), tendo assinado a direção musical deste último, juntamente com o próprio Chico.
É também responsável pela direção musical dos discos “A pesar com tudo” do grupo “Alamiré”, do EP “Quadrilha”, do grupo homônimo, formado por Amorim, Guga Limeira, Pedro Índio e Elon, e do álbum “Cantos de Cá”, da cantora Sandra Belê.
Sanfoneiro, professor e compositor, iniciou seus estudos musicais aos 12 anos e ingressou na Escola Estadual de Música Anthenor Navarro (EEMAN), optando pelo saxofone. Aos 14 anos adquiriu seu primeiro acordeon, passando a estudar sozinho o instrumento, tendo esporádicas aulas particulares.
Em 2014, formou-se no curso técnico em instrumento musical em Acordeon, no Instituto Federal da Paraíba (IFPB), e em 2023 concluiu o curso de Licenciatura Plena em Música com Habilitação em Acordeon, na Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
Entre 2011 e 2012 fez parte da banda As Bastianas. Já acompanhou cantores como Ellen Oléria e Khrystal; Antônio Barros e Cecéu; Pinto do Acordeon, Beto Brito, Glória Gadelha, Socorro Lira e André Morais, dentre outros.
Sendo estudioso da música nordestina, atua como organizador no acervo pessoal da musicista, compositora e cantora Glória Gadelha, que tem como principal objetivo manter viva a sua obra e de seu parceiro Sivuca, com vasto material de vídeos, áudios e imagens. Glória Gadelha e Lucas Carvalho, junto com a equipe de arquivologia liderada pela professora Julianne Teixeira, realizam o trabalho de catalogação e organização do material do acervo que será posteriormente exposto dentro do “Memorial Sivuca”.
Desde 2015 acompanha a cantora Sandra Belê, com quem desenvolve o projeto “Voz e Sanfona”. Em 2016, junto ao seu grupo autoral Imbalança, ganhou o 1º lugar no II Festival Nordeste Sim Sinhô de Forró Pé de Serra – FENEPS, com a música “Mata-branca”, assinando composição e arranjo. Gravou entre 2017 e 2018, junto ao músico Gledson Meira, o EP “Mais que Mar”, da cantora e compositora Eleonora Falcone. Desde 2017 é professor na Paraíba da EEMAN e atualmente é professor substituto no IFRN.
Natural de Buenos Aires (Argentina), Gustavo de Paco de Gea graduou-se pelo Conservatório Juan José Castro. Depois de atuar como docente e flautista em orquestras argentinas, foi convidado pela Universidade Federal da Paraíba para ser professor do Curso Superior e de Extensão de Flauta, onde ensina até hoje.
Foi membro fundador do Quinteto Latinoamericano de Sopros e da Orquestra Sinfônica da Paraíba, atuando como primeiro flautista, e desde 1985, é primeiro flautista da Orquestra Sinfônica do Recife (PE). Detentor de vários prêmios nacionais e internacionais, Gustavo de Paco de Gea tem se apresentado nos mais importantes festivais do Brasil.
É regente de orquestra desde 2001, ano em que criou a Orquestra de Câmara Municipal de João Pessoa, sendo diretor artístico e regente titular até 2010. Em 2012 foi nomeado maestro e diretor artístico da Orquestra Criança Cidadã, em Recife (PE), e, no ano seguinte, foi designado para reger o Concerto de Estreia da Orquestra Sinfônica da Universidade Federal da Paraíba (OSUFPB), regendo desde então recorrentemente esse organismo como maestro convidado.
De 2014 a 2018, foi maestro assistente da Orquestra Sinfônica Municipal de João Pessoa e atualmente é o regente titular da Orquestra Sinfônica da Paraíba.
Não é cobrado ingresso para os concertos da Orquestra Sinfônica da Paraíba. Idosos, cadeirantes e demais pessoas com dificuldade de locomoção têm entrada acessível na lateral da Sala de Concertos, ao lado do palco da Praça do Povo. Há também cadeiras especiais para esse público.