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Pílula contra Covid-19 da MSD reduz em 50% risco de morte e internação, diz farmacêutica
01/10/2021 / 23:35
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A farmacêutica norte-americana MSD anunciou nesta sexta-feira (1) o medicamento oral contra a Covid-19, molnupiravir. O remédio experimental reduziu em cerca de 50% a chance de hospitalização ou morte para pacientes em risco de desenvolver formas graves da doença, de acordo com resultados iniciais apresentados pelo grupo. Se aprovado, o produto seria o primeiro medicamento antiviral oral para a Covid.

A expectativa é pela autorização por parte da Food and Drug Administration (FDA), agência americana de fiscalização semelhante à Anvisa no Brasil. De acordo com o diretor-executivo da MSD, Robert Davis, a pílula poderia desencadear um potencial avanço na luta contra o coronavírus. “Isso vai mudar o diálogo sobre como lidar com a Covid-19”.

A MSD (que se chama Merck, Sharp & Dohme nos Estados Unidos) e sua parceira Ridgeback Biotherapeutics querem a permissão para o uso emergencial nos EUA o mais depressa possível. As empresas também irão fazer pedidos de licença às autoridades regulatórias de outros países.

Os resultados do estudo ainda não foram avaliados por outros cientistas nem publicados em revista científica, mas é provável que “eles devam tentar trabalhar com urgência nisso”, disse Dean Li, que comanda os laboratórios de pesquisa da MSD, se referindo às autoridades da FDA.

“Um antiviral oral que pode ter um impacto desse nível no risco de hospitalização seria um divisor de águas”, comentou Amesh Adalja, professor do Centro Johns Hopkins para Segurança Sanitária.

Outras companhias como Pfizer e o grupo farmacêutico suíço Roche Holding estão na disputa para ofertar uma pílula antiviral fácil de ministrar para a Covid-19, mas até agora apenas coquetéis intravenosos foram aprovados para o tratamento de pacientes não hospitalizados.

Os resultados dos testes de fase 3, que fizeram as ações da MSD disparar na Bolsa de Valores, foram tão robustos que monitores externos recomendaram interromper o ensaio antes da data prevista.

Na fase final, o remédio foi testado em mais de 700 voluntários de 170 centros de estudo em diversos países, incluindo cidades brasileiras como São Paulo, São José do Rio Preto (SP), Brasília, Belo Horizonte, Curitiba e Bento Gonçalves (RS). Todos tinham casos leves ou moderados de Covid-19, alguma comorbidade ou mais de 60 anos. Metade do grupo recebeu a droga e outra metade apenas um placebo (sem efeito).

Pacientes que receberam o molnupiravir em até 5 dias após o início dos sintomas da Covid tiveram cerca de metade da taxa de hospitalização e morte em relação aos pacientes que receberam o placebo.

Entre os pacientes que receberam o molnupiravir, 7,3% foram hospitalizados ou morreram até o 29º dia depois da administração do medicamento. Depois desse período, não houve mortes nesse grupo.

Entre os que não receberam o molnupiravir, 14,1% foram hospitalizados ou morreram nos primeiros 29 dias dos testes. Depois desse período, 8 pessoas morreram, de acordo com a MSD.

Sem esclarecer quais, a MSD disse que os efeitos colaterais foram relatados por ambos os grupos no estudo. Eles foram ligeiramente mais comuns no grupo que recebeu o comprimido inativo (e não o do remédio). Ainda segundo informações da companhia, o medicamento não mostrou potencial, até agora, para pacientes graves.

A farmacêutica disse que pode produzir 10 milhões de doses até o final do ano e tem contratos com governos em todo o mundo. O governo dos EUA se comprometeu a comprar 1,7 milhão de doses do medicamento caso seja autorizado pela FDA.

Da Redação com Reuters e G1