As usinas de açúcar e etanol da Paraíba devem processar 6,5 milhões de toneladas de cana e produzir 420 milhões de litros de etanol (anidro e hidratado) na safra 2022/2023. Os dados são uma projeção do Sindicato da Indústria de Fabricação do Álcool na Paraíba (Sindalcool-PB). As sete usinas associadas ao sindicato começaram a moer cana desde o fim de julho e seguem até março do próximo ano, quando se encerra a safra.
As chuvas bem distribuídas devem melhorar o volume de cana para esta safra. Na opinião da maioria dos diretores de usinas e também dos fornecedores de cana, esta safra será melhor do que a anterior.
Nas estimativas, também se considera o provável teor de açúcar ou ATR (Açúcar Total Recuperável), que indica a qualidade da cana, ou seja, a capacidade do vegetal de converter a luz solar e os nutrientes do ar e do solo em sacarose, que as usinas deverão transformar em açúcar ou álcool.
“A cana, em geral, melhora a sua produtividade industrial quando, antes da colheita ocorre um período de estiagem e temperaturas mais baixas, o que não é comum no estado da Paraíba. Nas condições verificadas nesta safra até julho, o ATR é menor. Se observa um crescimento de 10 a 15% em volume total de cana em toneladas de cana por hectare como previsão de safra. Entretanto, com baixo ATR, a cana colhida, por enquanto, se traduz em menor produtividade industrial com pequenos ganhos em litros de etanol por tonelada de cana e/ou toneladas de açúcar. Ao longo dos anos, a safra da Paraíba já superou o atual volume estimado de 6,5 milhões de toneladas de cana, o que faz crer que a previsão atual deverá se realizar”, diz o presidente-executivo do Sindalcool-PB, Edmundo Barbosa.
O açúcar e o etanol produzidos pelas empresas paraibanas são usados para o abastecimento do mercado local, nacional e internacional. No ano de 2021, foi exportado pela Paraíba o volume de 27.459 mil toneladas de açúcar.
Segundo o Sindalcool-PB, cerca de 80% da matéria-prima é usada para a fabricação do biocombustível etanol.
Na Paraíba, cerca de 60% da cana vem de fornecedores/terceiros e 40% é cultivada em propriedades das usinas. Sendo assim, estima-se que 3,9 milhões de toneladas de cana sejam ofertadas por mais de 1.500 produtores rurais, gerando assim mais emprego e mais renda.
Em 2021, o setor representou 19,88% no número de admissões da indústria de transformação e 18,7% no número de admissões na indústria no geral. O número de admissões no cultivo da cana representou, no ano passado, 33% do número de trabalhadores na agricultura da Paraíba. O retorno das admissões (trabalhadores que voltam à atividade) tem um alto percentual que fica em torno de 85% a 90%.
Com o início da nova safra, cerca de 20 mil trabalhadores são empregados no setor sucroenergético. A atividade, que é a que mais emprega do setor agrícola na Paraíba, também gera cerca de 40 mil postos de trabalho indiretos e movimenta a economia de 26 municípios paraibanos onde se produz cana.
Nesta safra, mais uma vez, a valorização dos trabalhadores e das relações de trabalho, caminham juntas com os avanços na produtividade e investimentos em tecnologia, como é o caso do uso de agentes orgânicos e das melhorias na irrigação, áreas em que a Paraíba sobressai no cenário nacional na produção do etanol e do açúcar.