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O que é o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e por que se celebra em 25 de julho?
25/07/2023 / 16:37
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O Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha é comemorado todo dia 25 de julho desde 1992, quando a data foi instituída em 1992 em Santo Domingo, na República Dominicana. Ela é resultado do 1º encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, como explica a Organização das Nações Unidas (ONU), órgão que também reconhece a importância desta efeméride.

A reunião teve como objetivo denunciar a opressão e discutir soluções na luta contra o racismo e o sexismo vividos, em especial, por essa parcela da população feminina, dando visibilidade à luta das mulheres da região.

Por que o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha está sendo comemorado?

De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), trata-se de “uma data que visa dar visibilidade às mulheresafrodescendentes e promover políticas públicas que ajudem a melhorar sua qualidade de vida e erradicar o racismo e a discriminação”.

De acordo com a organização, várias formas de discriminação contra meninas e mulheres persistem neste século e, muitas vezes, são agravadas quando analisadas sob uma perspectiva étnica.

Qual é a situação das mulheres afrodescendentes na América Latina?

De acordo com os dados da rodada de censos nacionais de 2010, mencionados no documento “Mulheres afrodescendentes na América Latina e no Caribe”, publicado em 2018 pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) e pelas Nações Unidas, o Brasil é o país com a maior porcentagem de população afrodescendente na América Latina e no Caribe com um número de 50,9%.

É seguido por Cuba (35,9%), Porto Rico (14,8%), Colômbia (10,5%), Panamá (8,8%), Costa Rica (7,8%) e Equador (7,2%). Os demais países da região têm porcentagens de população afrodescendente abaixo de 5%.

O documento da Cepal destaca que a situação atual das mulheres afrodescendentes na região revela que ainda existem profundas desigualdades em relação a outros grupos sociais.

Também enfatiza que as mulheres afrodescendentes permanecem invisíveis como sujeitos de políticas diferenciadas, sofrem com a pobreza em níveis geralmente mais altos do que o restante da população, estão sub-representadas ou ausentes nos processos de tomada de decisão e veem seu direito e o de suas comunidades de viver uma vida livre de violência ser mais violado.

Além disso, o documento insiste: “A ausência de afrodescendentes nas estatísticas oficiais dos países funciona como uma forma de reforçar o racismo, na medida em que essa população não se torna visível na sociedade como um todo”.

“Os dados de alguns países da região mostram que, embora tenham alcançado o mesmo nível de educação que seus pares, as mulheres afrodescendentes obtêm rendimentos mais baixos do que homens afrodescendentes, e do que mulheres e homens brancos, demonstrando uma lacuna na renda do trabalho resultante da interseção entre a discriminação étnico-racial e de gênero”.

Por sua vez, a Cepal reconhece a existência de um grande número de mulheres jovens que estão desconectadas dos principais eixos de inclusão social: o sistema educacional e o mercado de trabalho. Como sugere o relatório, isso se deve em grande parte às responsabilidades familiares e de cuidado que são atribuídas a elas.

Em conclusão, a Unesco insiste na necessidade de acabar com a violência racial e a exclusão contra as mulheres afrodescendentes e de combater a intolerância e os estereótipos, o que explica porque esta data é tão importante para as sociedades da América Latina.

F5 com informações da National Geographic