O percentual de alunos com idade superior à recomendada para a série escolar que frequentam no Ensino Fundamental é maior em municípios do Brejo, Sertão e Litoral Norte paraibanos, quando comparados às outras regiões do estado. Os dados da chamada distorção idade-série são coletados pelo Censo Escolar Brasileiro, através do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Na mais recente publicação, com dados do ano letivo de 2022, a cidade de Alagoa Grande, no Brejo da Paraíba, apresentou o maior índice de alunos com defasagem entre a idade e a série que estão matriculados: 36,1%. Em seguida, a cidade de Pedro Régis, no Litoral Norte, registrou a taxa de 32,9% de distorção idade-série no Ensino Fundamental.

Os municípios de Marcação, Jericó e Poço Dantas vêm em sequência. Todos eles apresentam índices de estudantes em atraso escolar no Ensino Fundamental maior do que a média brasileira, que é de 12,3%. São Miguel de Taipu, Marizópolis e São José da Lagoa Tapada também estão entre os com maiores taxas de distorção.

O atraso escolar é um reflexo de fatores como reprovação, evasão e abandono, e tem grande impacto na vida futura de cada aluno. A localização das escolas, a infraestrutura oferecida, as condições sociais e econômicas de cada estudante também influenciam na distorção idade-série. 

Nos três municípios com as maiores taxas de alunos defasados, as escolas públicas são as mais afetadas. As instituições foram categorizadas pelo Censo quanto à localização (urbana ou rural) e quanto à dependência administrativa (municipal, estadual, federal ou privada). 

Taxa de distorção idade-série em Alagoa Grande-PB quanto à localização

Taxa de distorção idade-série em Alagoa Grande-PB quanto à dependência administrativa

Taxa de distorção idade-série em Pedro Régis-PB quanto à localização

Taxa de distorção idade-série em Pedro Régis-PB quanto à dependência administrativa

Taxa de distorção idade-série em Marcação-PB quanto à localização

Taxa de distorção idade-série em Marcação-PB quanto à dependência administrativa

Os dados apresentados pelo Censo podem ajudar os gestores municipais a entenderem as razões pelas quais os alunos estão com dois ou mais anos de atraso escolar. De acordo com o Ministério da Educação, a média de idade para que as crianças entrem no 1º ano do ensino fundamental é 6 anos de idade. No 9º ano, último dessa fase de ensino, o ideal é que o estudante tenha, em média, 14 anos de idade.